"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Causou grande sururu a afirmação proferida pelo Presidente do Conselho de que era “digamos assim, da geração Kennedy”e que se lembrava do “debate que houve na América quando, pela primeira vez, um católico se candidatou a presidente”.
Houve logo quem viesse insinuar que a certidão de registo foi alterada, talvez com o pensamento noutras alterações recentemente ocorridas. Não sei.
Isto tudo faz parte dum processo construtivo. Que me lembre (de ouvir falar!) também o Leonidas Brejnev usava medalhas, ganhas na II Guerra por bravura em combate, apesar de nessa altura ter a mesma idade que José Sócrates tinha no célebre frente-a-frente entre Kennedy e Nixon.
Se, como diz o outro, “lendo, vendo, ouvindo átomos e bits”, estivessem com atenção aos sinais, tinham percebido que o discurso é coerente: Bob Dylan também está lá.
A Hard Rain’s a Gonna Fall, a crise dos mísseis cubanos, The Times They Are a-Changing, O Nikita Khrushchev a bater com o sapato na tribuna, Like a Rolling Stone, a invasão da Baía dos Porcos e por aí fora.
N. da R. – Na foto roubada na Time Magazine, não é,sublinhoNão É, José Sócrates que aparece debaixo da mesa de trabalho na Sala Oval.
Post-Scriptum: Se há coisa que me chateia é ser apanhado em falso. Ainda mais com erros de palmatória; pelo entusiasmo em escrever o post. Foi o que fez António Vilarigues aqui na caixa de comentários. Obviamente que Brejnev tinha idade para combater na II Grande Guerra. Não tinha era o direito a ostentar algumas das medalhas que ostentava. Sobe a paranóia medalhística de Brejnev (e não só) aqui.
Vi na televisão um comício onde John McCain, perante uma plateia ululante, levantava suspeitas sobre a origem dos fundos da campanha de Obama. Dava especial ênfase ao facto do seu adversário na corrida ter recusado a subvenção estatal.
Não deixa de ser curioso este género de argumentação na boca de um republicano que faz toda a campanha “contra Washington”; contra a subsídio-dependência; por menos Estado na vida dos cidadãos; contra um cidadão-candidato que, na melhor tradição republicana, recusou a mão do Estado.
Esta tarde tentei por várias vezes entrar no sítio do Avante! e em todas as tentativas deparei-me com a mensagem que se pode ver na imagem.
Site indisponível de momento.
Volte mais tarde, obrigado.
Há bocado passei pelo sítio da Joana Lopes e fez-se-me luz. Voltei outra vez ao Avante! e remete para a edição de dia 23 deste mês.
A menos que o Avante! esteja a ser alvo de ataques de hackers (reaccionários como convém), o que duvido; a menos que seja uma graaaaande coincidência, estamos a assistir a um momento histórico. Nunca nos dias da minha vida (nem nos mais optimistas) me passou pela cabeça que uma situação destas pudesse acontecer.
Quase tão divertido quanto ler o César das Neves no Diário de Notícias às segundas, é ler a Constança Cunha e Sá no Público às quintas.
Ela é o dr. Durão Barroso para aqui, o eng. José Sócrates para ali, a dra. Manuela Ferreira Leite para acolá, o dr. Santana Lopes, o eng. Guterres, o dr. Paulo Portas e por aí fora. Nunca mais acaba enquanto houver gente para colocar um berloque antes do nome.
Uma douta descendente da casta servilista-aristocrática imortalizada por Almeida Garrett na máxima “Foge, cão, que te fazem barão. Para onde? Se me fazem visconde”, e a fazer a transição para a República, convenientemente adaptada por Salazar com “o respeitinho é muito bonito”. E o respeitinho continua a ser muito bonito uma vez que Pedro Passos Coelho na pena de Constança não tem direito a enfeite antes do nome. É “o”.
O stress que seria se, por castigo, tivesse de se mudar para Inglaterra ou para França ou para a Alemanha! Para os Estados Unidos ainda vá que não vá. Estava aqui a lembrar-me de “doc” antes de W. (de Doc Holliday).
De um modo geral, quer o Papa quer a Igreja, e ultimamente com maior insistência (crise oblige), mostram grandes preocupações com a fome e a miséria e as desigualdades sociais que grassam por esse mundo que já foi de Deus fora.
Dinheiro dos contribuintes por dinheiro dos contribuintes, sai mais barato telefonar para a Gebalis a saber do cachet do Toy (que também é filho de Deus e precisa de ganhar a vida). Almoços, gorjetas e outros acepipes incluídos.
Ou há uma inversão radical de azimutes, ou muito me engano mas ontem foi dado o tiro de partida do processo que vai acabar na derrota eleitoral do PS e de António Costa em Lisboa. Com adversários assim, Santana Lopes nem precisa de “andar por aí”. Basta-lhe ficar sentado e calado.
(E parece que Miguel Sousa Tavares foi apupado e insultado e teve de sair com escolta policial por causa dos piquetes espontâneos convocados por sms pelo PCP de cada vez que há uma reunião do PS ou do Governo. O quê?!.. O Sousa Tavares não é do PS?!.. Nem do Governo?!.. Ah!)
#1 - Não renovam os contratos a termo certo, porque no fundo, no fundo, são assim uma espécie de Madre Teresa empresarial e não precisam de tantos trabalhadores, era só uma questão de humanidade e amor pelo próximo.
#2 - Não renovam os contratos a termo certo, fecham as portas e vão trabalhar por conta doutrem a ganhar o salário mínimo que agora se recusam a pagar.
#3 – Não renovam os contratos a termo certo "o que significa que o primeiro-ministro vai ter um aumento do desemprego". Não, não vai. Porque como a empresa não vai fechar portas, vai necessitar de mão-de-obra. Vai é haver uma rotação nos centros de emprego: vão entrar 43.720, e vão sair 43.720 para ocupar os lugares deixados vagos pelos que acabaram de entrar…
Tenham medo, muito medo! O presidente da Associação Nacional das Pequenas e Médias Empresas anda por aí!
Ainda assim não consigo ver grande diferença entre o modus operandi dos tempos da ditadura, para os tempos daqueles que se advogam de terem «contribuído para a consolidar (a democracia), em Portugal»