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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Ir de férias (II)

por josé simões, em 30.06.07

Adoro as mudanças de estação!

Da Primavera para o Verão, do Verão para o Outono, e, do Outono para o Inverno; adoro! Nestas alturas estou sempre mortinho pela edição do Expresso coincidente com a mudança de estação; das suas propostas fashion.

Hoje foi o dia. Restrinjo-me às propostas para Homem, por motivos óbvios. Esta estação - e seguindo os critérios do Expresso para parecer um Homem normal – recorrendo da terminologia militar; farda n.º 3 ou farda de trabalho, para o caso equipamento para ir à praia, de preferência à Praia dos Tomates, que isso de ir à Rocha é muito chunga: Calções de banho com cornucópias ETRO, 160 euros na Fashion Clinic; Pólo verde seco Hugo Boss, 63. 09 euros; Chinelos em pele Gucci, 190 euros na Fashion Clinic; para levar a tralha (toalha, protector solar, sandocha, água e o Expresso), um saco de desporto Hugo Boss, preço sob consulta; e, muito importante, não vá o sol do meio-dia fazer das suas, um chapéu preto com fitas vermelha e verde por 180 euros, também na Fashion Clinic. Soma: 593. 09 euros, sem o saco…

 

Continuando.

Farda n.º 2; para sair a tomar um drink ou somente passear na Marina de Vila Moura – tomar um copo é para os lados de Armação de Pêra, Quarteira ou Ferragudo, e, à partida, é opção totalmente excluída: Jeans com pesponto Hugo Boss, 198. 45 euros; Camisa azul turquesa sem gola Hugo Boss, 107. 08 euros; quem quiser ter um visual menos Carlos Sousa, ou menos comunista renovador – o ex-presidente da Câmara de Setúbal, conhecido pelas suas camisas sem gola – pode optar pelo Pullover de riscas em V e mangas compridas (não é Hugo Boss!), Lacoste, por 214. 53 euros.  Soma: 520. 06 euros. Como não aconselha sapatos, presume-se que os chinelos Gucci de praia sirvam para a ocasião.

 

Adiante.

Farda n.º 1, se quiser (e conseguir!) entrar na disco repleta de caras da Caras, para dançar ao lado da Cinha e da Pipinha – a Elsa está grávida e é pouco provável que apareça… - ao som de house manhoso, vulgo house pimba: Camisa cor-de-laranja estampada (se bem que o rosa seja a cor mais in este Verão; alguém passou a rasteira ao Expresso…) por 326 eurosguess who ?!: na fashion Clinic! Fato de linho amachucado Gianfranco Ferré, por 719. 10 euros, sem indicação onde comprar, mas pelo andar da carruagem deve ser na Clínica da Moda. Soma: 1045. 10 euros. .

 

Temos assim, e mais uma vez – convém lembrar! -, segundo o Expresso, para parecermos bem, nada de mariquices tipo Castello Branco, mais ao jeito do fadista-candidato a Lisboa; empatados dois mil cento cinquenta oito euros e vinte cinco cêntimos. Só. Isto é em roupa; o dinheiro para as férias logo se vê…

 

É isto que eu adoro no Expresso! È por isto que eu levo o trimestre em ânsias e a roer as unhas, à espera do dia em que saem as propostas fashion! No país em que o salário médio não atinge os 750 euros; um jornal com uma tiragem média de 144. 500 exemplares, é reconfortante pensar que se aconselha e se escreve para 144. 500 pressumíveis ou potênciais ricalhaços, e que pelos vistos são o público-alvo do Expresso. Tenho é pena (muita, quase um desconsolo!) que um jornal de referência, e com a dimensão do Expresso, só conheça duas ou três marcas e uma loja… E isto é o que de melhor me passa pela cabeça. Podia dar-me para pensar que o Expresso recebe umas coroas para falar no que fala e aconselhar o que aconselha. Mas isso era se eu fosse muito, mas muito má-língua; além do mais proíbido pelo código deontológico dos jornalistas. Longe de mim essas ideias! Lagarto, lagarto, lagarto!!!

 

Venham as propostas Outono / Inverno que estou aqui que nem posso!    

 

Porque hoje é sabado

por josé simões, em 30.06.07

 

Untitled, Man Leaning on Hay Bale

2004

Foto de Rodney Smith

Aviso

por josé simões, em 30.06.07

Via Arrastão

http://arrastao.weblog.com.pt/

O país dos Comissários Políticos

por josé simões, em 29.06.07

«Atenção! Você está num SAP! Fuja! Faça como o ministro da Saúde deste pobre país e corra para a Urgência de Braga»

O cartaz.

 

 

«As críticas [de perseguição política] são completamente infundadas. Não há nenhuma matéria dessa ordem no despacho de exoneração», afirmou Correia de Campos, alegando que a ex-directora «teve todos os prazos para recorrer da decisão e não o fez» (Sol on-line).

No mesmo em dia em que a directora foi exonerada, o Governo nomeou para o mesmo cargo, Ricardo Armada, vereador do PS na Câmara de Ponte da Barca.

As palavras que deram origem ao cartaz:

Vou directo à urgência do hospital ou a uma urgência qualificada como tal. Nunca vou a SAP, nem nunca irei!(...) Porque não têm condições de qualidade. Têm um médico e um enfermeiro e conferem uma falsa sensação de segurança. Nenhum deles devia funcionar assim!»

Correia de Campos em entrevista ao Jornal de Notícias 06 de Agosto de 2006.

O atentado de Lockerbie, ou porque fui preso em Veneza

por josé simões, em 29.06.07

Ao ler os matutinos de hoje, deparei-me com uma notícia comum a todos eles: que o agente secreto líbio Abdel Basset al-Megrahi, condenado a uma pena de prisão perpétua pelo atentado contra um voo da Pan Am que se despenhou na localidade de Lockerbie na Escócia no ano de 1998 e que matou 270 pessoas, vai poder recorrer pela segunda vez para o Supremo.

 

Cidade de Veneza, numa noite qualquer desse Setembro de 1998.

Eu andava a fazer um Inter-rail sozinho. A companhia de viagem há muito combinada e acertada, na véspera roeu a corda e não havia mais ninguém ali há mão; que se lixe vou sozinho. O objectivo era Itália, Jugoslávia e Áustria. Acabo a morrer de amores por Itália e por lá fico um mês. A Áustria e a Jugoslávia podem esperar.

Cidade de Veneza, numa noite qualquer desse Setembro de 1998. Um calor dos diabos. Estou sentado na escadaria da estação de comboio a desfrutar aquela vista espectacular sobre a cidade dos canais – quem já chegou a Veneza de comboio sabe do que estou a falar, uma pintura impressionista ao vivo, que além das cores tem som. Acabei de conhecer um casal de venezuelanos, chegados na véspera da então Jugoslávia via Trieste, e ali estamos a trocar impressões, experiências e dicas para a viagem. Atrás de nós, dentro da estação, uma azáfama. O Expresso do Oriente vai partir dentro de uma hora. O comboio, os empregados, as pessoas, e até as roupas, exactamente como no filme Crime no Expresso do Oriente e baseado no livro de Agatha Christie. Em fracção de segundos, e sem hipótese alguma de alguém conseguir esboçar qualquer movimento, toda a estação de comboios e a praça fronteira ficam cercadas por carabinieri de cara tapada e armas em riste. Tão rápido como inesperado. A reacção das centenas de pessoas presentes foi a oposta ao pânico. Silencio absoluto de sons e movimentos. Parecia que alguém tinha desligado o interruptor que dava vida à praça e às pessoas. Aparecem uns polícias com aspecto humano – de fato e gravata –, identificam-se e pedem a todos os presentes para que os acompanhem.

Italianos comuns, turistas, freaks, executivos, hippies, funcionários dos caminhos-de-ferro, punks, os VIP’s do Expresso do Oriente, sei lá! Tudo misturado dentro das ramonas; parecia um filme. Destino: um qualquer pavilhão desportivo na cidade vizinha de Mestre, onde nos aguardava outra comissão de recepção, atrás de computadores, em cima de um palanque previamente montado numa das extremidades do recinto. Passaportes, BI’s e outro tipo de identificação dos engavetados, recolhidos e amontoados em cima das secretárias numa interminável resma. Um a um, com uma calma alentejana, vão sendo retirados do monte pelo carabinieri. Digita qualquer coisa no teclado, olha para o monitor, e depois, se estiver tudo conforme, grita o nome do proprietário em voz alta, devolve o documento e manda o desgraçado à vida. Esta era a parte mais ansiada por todos os que tinham ido dentro. Não porque estivessem em stress para sair dali para fora, mas porque o momento era hilariante. A já mítica queda dos italianos para as línguas, ali, ao vivo e a cores! Imaginem o nome de um alemão, de um francês, ou até de um inglês, dito em voz alta com sotaque spaghetti, e a ecoar pelas paredes. Era a gargalhada geral! Stand-up comedy ao vivo, para desespero do polícia.

 

Ao meu lado um norte-americano não se ria nem por nada. Estava constantemente a gritar cá do fundo: “Sou um cidadão americano!”; “Não há direito!”; “Sou um cidadão americano!”; “Respeito!”. O carabinnieri, já pelos cabelos com a gargalhada geral, chama o americano e pergunta: “Qual é o teu passaporte?”; o americano olha para trás e esboça um largo sorriso de superioridade, onde era possível ler: “Olhem para mim! O respeitinho aos nativos da maior potência do globo é muito bonito!”. Após uma interminável busca conjunta ítalo-americana pela montanha de documentos, e encontrado o passaporte, o carabinnieri coloca-o na base da resma e envia o americano de volta à procedência; ou seja, lá para o fundo do pavilhão; “Aguenta que é para não seres parvo!”, foi o que todos lemos nos olhos do agente da autoridade. Silêncio geral. Acabou o gargalhar. O americano foi o último a ser atendido.

 

Já cá fora, de conversa com o motorista da ramona que nos havia de trazer de volta a Veneza, fiquei a saber que a rusga se devia às suspeitas de que um dos intervenientes nos atentados de Lockerbie pudesse estar em Veneza, a tentar sair de Itália com destino ao Médio-Oriente.

 

Por isto que acabei de contar, quando ouço ou leio o nome Lockerbie, Veneza em Setembro de 1988 vem-me à memória.

 

Carrinho das Compras

por josé simões, em 29.06.07

LIVROS

 

 

A Construção do Romance

Carlos Ceia

Almedina

 

 

Contos

Clarice Lispector

Relógio D'Água

 

 

Os Amigos dos Amigos

Henry James

Presença

 

 

Peso - O Mito de Atlas e Hércules

Jeanette Winterson

Teorema

 

 

DISCOS

 

 

Stop That Train

Clint Eastwood & General Saint

Greensleeves / Musicactiva

 

 

Ulual Yvy

Islaja

Fonal / Flur

 

 

Out Louder

Medeski, Scofield, Martin & Wood

Indirecto rec. / Universal

 

 

Geografias

Júlio Pereira

Som Livre / Valentim de Carvalho

O verdadeiro artista (VII)

por josé simões, em 28.06.07

 “Em Portugal a poluição sonora é um problema muito grave. E não são apenas os automóveis. Ninguém fala, por exemplo, do ruído dentro dos bares e restaurantes. O barulho dos talheres, dos pratos e das chávenas de café, produzem um som altamente agressivo.” (Negrito meu).

 

João Gil, músico ex-Trovante e ex-Ala dos Namorados, no Correio da Manhã de hoje.

 

Nota do dono do blogue: Está encontrada uma possível explicação para a separação de Catarina Furtado. O homem não a levava a jantar fora…

Outros blogues

por josé simões, em 28.06.07

 

A história recente contada por um comunista.

«Foi ontem, quarta-feira, 27, que a Grã-Bretanha, sufocada e desiludida por um sistema de governo impróprio de uma democracia que o primeiro-ministro Tony Blair lhe impusera, se viu livre daquela que se transformou, gradualmente, na mais detestada personalidade política que ocupou o N.º 10 de Downing Street desde há 150 anos. (...) Tony Blair era e é, na verdade, um agente ao serviço do capitalismo. Serviu-o, diligentemente, e é por isso que o presidente americano o encarregou já de representar os interesses imperialistas ante os protagonistas dos conflitos no Médio Oriente. A pátria de Blair, um distinto ‘barrister’ no sistema judicial britânico, não é a Grã-Bretanha, isso está provado desde há muito. A sua pátria é o capitalismo

Manoel de Lencastre, Avante, 28.06.2007 (sublinhados meus).

 

Por Tomas Vasques no Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos.

http://hojehaconquilhas.blogspot.com/

Propostas para o problema da Educação em Portugal

por josé simões, em 28.06.07

O Compromisso Portugal está de volta!

Para os mais distraídos destas coisas, o Compromisso Portugal é aquela espécie de clube de bem-vestidos e bem-tansportados (podia acrescentar bem-almoçados e bem-fumados, mas acho desnecessário), vulgo “empresários”, e que juram, de joelhos e mãos-postas, que se preocupam de manhã à noite e até debaixo de água, com a crescente perda de soberania económica de Portugal, apesar de logo no dia seguinte venderem as empresas ao primeiro espanhol que por aí apareça com um saco cheio de pesetas. O Compromisso Portugal reúne-se regularmente em conclave para fazer o diagnóstico dos males que enfermam a Nação e apresentar a correspondente medicação e terapia. Agora calhou a vez do Compromisso se comprometer com a Educação; ou a falta dela. De entre algumas das propostas apresentadas, e segundo o Público, encontra-se uma sui generis:

 

«Assegurar a escolha livre pelos cidadãos entre escolas públicas ou privadas

 

Como as relações de venda, perdão, de transferência patrimonial dos beatos Comprometidos com Portugal têm vindo a aumentar em favor de Espanha desde que se reuniram pela primeira vez no Convento do Beato em Lisboa, presumo que os conjurados tenham perdido a noção da realidade; fisicamente estão para cá do Guadiana, mentalmente navegam Guadalquivir acima – é o que vulgarmente se chama “corpo presente”. Só assim se explica a razão da existência duma proposta que na realidade, já é uma realidade. Todo o cidadão, comprometido ou não, pode livremente optar entre o sistema público ou privado de ensino. Assim tenha disponibilidade financeira para tal. Como a disponibilidade financeira da grande maioria da plebe lusa está dependente da generosidade retributiva do patrão (uns mais Comprometidos, outros nem por isso…), vulgo salário, e que já andou muito mais longe do que se possa imaginar de fazer jus ao nome, e ser realmente paga com Sal, algo me diz que vai tudo continuar como dantes; “Quartel-General em Abrantes”.

 

Antevejo o tema da próxima reunião-magna do Compromisso: A Saúde.

Uma das propostas será:

 

«Assegurar a escolha livre dos cidadãos entre hospitais públicos ou privados

 

Post-Scriptum: «Há dias de manhã, em que um homem à tarde, não devia sair para a rua à noite…»

Ir de férias

por josé simões, em 27.06.07

 O barómetro DN/ TSF/ Marktest apresenta hoje os resultados de uma sondagem sobre as férias dos portugueses. «45% não vão de férias este ano. Quem diz votar PS faz mais férias que quem escolhe PSD», é o título; a análise mais abaixo diz: «63% dos que afirmam intenção de voto no PS já fizeram ou vão fazer férias; 51, 3% dos que dizem o mesmo do PSD negam essa hipótese.» Com toda a franqueza não sei o que pensar desta sondagem. Até porque vou sempre de férias e não votei nem num nem noutro…

 

Continuo no Diário de Notícias e leio que, uma «comissão técnica encarregue pelo ministro Vieira da Silva de propor uma revisão do Código de Trabalho quer que o período de férias seja revisto.», propõem os senhores da dita comissão que o período de férias passe a ser de 23 dias contra os actuais 25, e que «o subsídio deixe de levar em conta as “demais prestações retributivas que sejam contrapartida do modo específico da execução do trabalho”. « (…) o montante do subsídio passa a corresponder apenas à “retribuição base”. Deste modo, em nome da clareza e da igualdade de tratamento entre trabalhadores, a comissão acaba por sugerir um nivelamento por baixo, ou seja, que a regra seja a do subsídio de férias mais baixo.»

 

Aqui já dava pano para mangas. Parecendo justa a proposta de dar a toda a gente 23 dias de férias, é na realidade de uma tremenda injustiça. Os 25 dias de férias são concedidos a título de prémio por assiduidade ao trabalho, àqueles que estão sempre presentes e não faltam “por dá cá aquela palha”. Dar 23 a toda a gente por atacado é premiar os faltistas e as baldas. Mas esse até é um ponto que dou de barato; por mim até pode voltar tudo à primeira forma: 22 dias úteis. Ainda me recordo de o meu pai e o meu avô nem sequer terem férias…

 

Inadmissível é a argumentação utilizada para tentar nivelar o subsídio de férias por baixo, própria do discurso de uma certa esquerda igualitária, exemplar no modo como encara os problemas do trabalho, mas que não passa de um discurso na realidade miserabilista. Não entrando pelo que a argumentação “da igualdade de tratamento entre trabalhadores” causou nas economias e nas populações de uma certa Europa que viveu sob o farol do socialismo e dos amanhãs que cantam, a questão/ questões essencial /essenciais é/ são: Os subsídios de função, exclusividade, isenções de horários, etc., são concedidos a título de prémio; como estímulo aos mais profissionais, mais responsáveis, mais cumpridores, mais empreendedores; acabar com estes subsídios justificando com a “igualdade de tratamento entre trabalhadores” é prejudicial para a economia; é um passo atrás. Aqueles que vão deixar de os receber sentem-se desconsiderados e passam a fazer como todos os outros. Ao invés, se os subsídios forem mantidos e até aumentados, passam a ser encarados por aqueles que os não recebem como um estímulo para fazerem mais e melhor.

Qual é a mais valia para a economia e para as empresas resultante do não pagamento dos subsídios, no subsídio de férias? Acaso o dinheiro encaixado com essa poupança vai ser canalizado e investido em melhores condições de trabalho? Na modernização do parque empresarial? A internacionalização das empresas? Em acções de formação? Sendo por demais conhecido o perfil e o modus operandi do “empresário” português, duvido. O mais certo é esse dinheiro ser canalizado para o engrandecimento do parque automóvel empresarial do Vale do Ave, com mais uns Ferraris, Bugatis, ou Maseratis de colecção.

 

O nivelamento igualitário por decreto é contraproducente, porque é gerador de desigualdades e assimetrias. Bom para os trabalhadores, para as empresas, para a economia e para o país – não necessariamente por esta ordem – é o estímulo à competitividade e á concorrência.

 

Agora já me ocorre algo sobre os resultados do barómetro DN/ TSF/ Marktest: Se estas medidas forem implementadas; bem-feito para eles! Para aqueles que vão férias e votam PS.   

O julgamento de A Senhora Dona Carolina

por josé simões, em 27.06.07

À medida que o Apito Dourado vai ganhando contornos mais ou menos precisos, vai ficando também clara uma das vertentes da defesa de Pinto da Costa. Prontamente correspondida no terreno, nas palavras e pela pena, dos indefectíveis do presidente do FC Porto. (Sim, porque muito do (in) sucesso deste processo joga-se fora dos tribunais; as constantes fugas de informação e a contra-informação estão aí para o provar). A estratégia passa claramente por denegrir a imagem na opinião pública e aos olhos da justiça da ex-primeira-dama do Dragão, recorrendo para o seu passado – mais ou menos duvidoso, mais ou menos desaconselhável –, de alternadeira. O ridículo da coisa, é que entre os mais assanhados e raivosos, encontram-se precisamente aqueles que iam ao beija-mão, e brindavam de copo erguido nas festas do jet-set, à então companheira de Pinto da Costa, e há época, A Senhora Dona Carolina Salgado. Aqueles que estavam sempre ali à mão, disponíveis para aparecer nas fotografias da praxe, nas revistas da especialidade – mais ou menos cor-de-rosa – e que tinham em cima da secretária ou da cómoda no quarto, a foto de Carolina a beijar a mão ao Papao verdadeiro – em posição beata e de cabeça coberta, ao lado de Pinto da Costa. Perguntavam então: “Quem são aqueles dois que estão ao lado de Carolina Salgado?”

 

Não foi ainda Carolina Salgado que fez o papel do Brutus de Pinto da Costa. Mas já esteve mais longe de aparecer um candidato a encarnar a personagem. É uma questão de tempo.

 

Explicações para a "desertificação da cidade de Lisboa"

por josé simões, em 26.06.07

Estava ali na cozinha de volta do tacho a preparar o jantar. Tinha a televisão ligada na RTP1, com o som baixinho, a fazer horas para o telejornal. Entra o tempo de antena d'Os Verdes. "blá-blá-blá, projectos urbanísticos de utilidade duvidosa, parque habitacional degradado e o Túnel do Marquês, contribuem para a desertificação da cidade de Lisboa!". O Quê?!? Importam-se de repetir?! O Túnel do Marquês contribui para a "desertificação da cidade de Lisboa"?!? Como?

Eh pá, tirem-me deste filme!

 

(Que se dane o jantar! Vou ali num instantinho colocar um post!)

“E os ladrões?”

por josé simões, em 26.06.07

Foram revelados os resultados do estudo Carga e Custos da Doença Atribuível ao Tabagismo em Portugal. Das duas vertentes trabalhadas pelo estudo: vidas humanas e custos, e partindo do princípio que cada um é livre de fazer com a sua vida o que muito bem entender, vamos à outra; aos euros. Diz o estudo que o tabaco, em 2005, foi responsável por 126 milhões de euros gastos em internamentos hospitalares; mais de 308 milhões de euros em medicamentos e consultas; e, a cereja em cima do bolo: se os fumadores tivessem cessado consumo, tinham-se arrecadado 64 milhões de euros em internamentos e 80 milhões de euros em cuidados ambulatórios.

Podíamos questionar a inocência da divulgação dos resultados do estudo em vésperas do Parlamento votar a nova lei do tabaco, mas não vou por aí. Noutro país, como os Estados Unidos, Inglaterra ou Holanda isto seria uma poderosa arma para o lobby antitabagista; mas como em Portugal ainda estamos na pré-história desta actividade, e da maneira como e quando os resultados do estudo foram apresentados, não passa de uma grosseira tentativa de manipulação da opinião pública. Passo a explicar. Este estudo vale mais pelo que não nos diz, do que propriamente pelos resultados à vista de todos.

Este estudo não nos diz quantos milhões de euros o Estado embolsou durante 2005 provenientes dos impostos sobre o tabaco e pagos pelas potenciais vítimas. Este estudo não nos diz quantos euros, provenientes dos impostos arrecadados, o Estado canalizou para o combate e prevenção ao tabagismo. Este estudo não nos diz qual o peso dos impostos sobre o tabaco no Orçamento de Estado. Este estudo não nos diz nada sobre o valor da economia à roda do tabaco; desde o sector primário (agricultores) – que os há muitos em Portugal –, passando pelo secundário (transformação), até ao terciário que, inclui não só a comercialização, mas toda uma miríade de empresas que se movem na orbita do tabaco, desde os publicitários ás farmacêuticas, abarcando inclusive aquelas que fazem do combate ao tabagismo a razão da sua existência e que no íntimo dos íntimos torcem para que as pessoas não deixem de fumar. Em suma, este estudo não nos diz o que é que na realidade tem mais peso na balança do deve e do haver do tabaco. É que quando houver um estudo com esses resultados as revelações não deixaram de ser surpreendentes. Até lá é propaganda de baixo nível.

 

Esta estória dos negócios à roda do tabaco faz-me lembrar o spot do Gato Fedorento: “E os ladrões?”; “Ladrões?!”. “P’ra cima de dez bandidos!..”

 

Outros blogues

por josé simões, em 25.06.07

Há uma maneira muito simples de acabar de imediato com a polémica sobre o referendo que, pelos vistos, incomoda tanta gente - é pura e simplesmente dizer qualquer coisa como isto : "sem dúvida que o tratado que estamos a negociar é importante para Portugal e para a Europa, pelo que em Portugal haverá um referendo, conforme o compromisso que já tinhamos tomado". Tão simples como isto. É porque esta frase simples e clara não é dita, e se percebe que começou a fuga para ao lado, para cima, para baixo, para tentar a todo custo que não haja referendo, que o problema existe e não se pode esconder debaixo do tapete como o pó da casa.

 

José Pacheco Pereira no Abrupto.

O "Governo Presente"

por josé simões, em 25.06.07

Apesar do Governo ter andado em operação de charme lá por Trás-os-Montes durante o fim-de-semana, só hoje reparei no insólito da coisa. A iniciativa denominava-se “Governo Presente”. Desculpem a minha ignorância; mas “Governo Presente”? Poderia haver alguma iniciativa denominada “Governo Ausente”? Depois de tanta trapalhada, vinda de tantos ministros e com pelouros diferentes, depois de tanta intromissão e regulação que só serve para atrapalhar o dia-a-dia do cidadão; talvez o povo agradecesse…

 

Adenda: Nunca mais chegam as férias!..

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