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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Geração Pós-Revolução (III)

por josé simões, em 30.04.07

A minha filha - 16 anos - que não gosta de debates políticos pelas razões que referi no Geração Pós-Revolução (II), perguntou-me hoje se o Alberto João Jardim não devia ir preso por estar constantemente a insultar os adversários. "Chamar nomes às pessoas", foi o termo que ela utilizou. Bem observado.

Imigrantes, mão-de-obra barata e produtividade

por josé simões, em 30.04.07

O impagável João César da Neves, que até consegue ser professor universitário (!), num artigo de opinião assinado na edição de hoje do Diário de Notícias com o título “Uma Verdade Inconveniente”, onde aborda a problemática custos salariais / produtividade, escreve isto:

«A crise actual resulta de uma espécie de aquecimento global: os nossos salários estão demasiado elevados para a produtividade. Isso derrete a nossa competitividade, leva à extinção de vários sectores, altera o clima das empresas.»

e mais isto:

«O busílis da questão é que Portugal é o país dos Quinze que nos últimos dez anos mais aumentou os seus custos de trabalho por unidade produzida.»

e a páginas tantas:

«Dito de forma mais directa, a causa principal do enorme e teimoso desemprego e da anemia produtiva que nos assolam é os nossos salários andarem demasiado altos. Perante isto muitos respondem, com irritação e desprezo, apontando para o baixo nível das suas remunerações relativamente aos estrangeiros ou políticos. Mas não é com esses que se deve fazer a comparação. O confronto que importa é com a produtividade, o que se consegue precisamente pelo estudo dos custos de trabalho por unidade produzida, que nos diz que estamos a ganhar de mais para o que fazemos.

Essa é aliás a razão da invasão de imigrantes, atraídos pelas generosas condições que nós minimizamos e eles desejam. Aceitando montantes menores que os que exigimos, ficam com os empregos que os portugueses não querem.»

 

Senhor professor universitário João César das Neves, muitíssimo obrigado por esta “lição” de Economia! O senhor sem o saber resolveu com um artigo de opinião dois problemas graves. Ou melhor, matou dois coelhos com uma cajadada. Resolve o problema do emprego / desemprego / produtividade, e acaba com outro, não menos grave, que é o surgimento da extrema-direita no palco da política portuguesa. Baixem-se os salários! Os imigrantes deixam de vir, os que já cá estão vão-se embora e, assim cai por terra o principal argumento do PNR! Brilhante!

 

Já que aqui estamos, permita-me uma pergunta. Senhor professor universitário João César das Neves, quando escreve «os nossos salários estão demasiado elevados para a produtividade», ao referir «os nossos» o senhor está a incluir-se e à classe docente a que pertence, demasiadamente bem paga atendendo à qualidade dos licenciados que saem das universidades públicas e privadas nacionais? (E podia socorrer-me de um exemplo recente, mas penso não ser necessário…) Receio bem que não. Face ao “cabo das tormentas” por que têm de passar médicos, cientistas, professores, etc. etc., oriundos dos países que nos fornecem mão-de-obra barata e sem qualificação, quando procuram equivalências no nosso país com o fim de exercerem a profissão para a qual estão habilitados… Até há bem pouco tempo atrás era possível encontrar profissionais altamente qualificados com formação universitária, a trabalhar na construção civil por não conseguirem as tão almejadas equivalências. A SIC transmitiu várias reportagens sobre o assunto. Se aplicássemos à construção civil as mesmas burocracias e entraves que são aplicados, por exemplo, aos professores universitários, o problema da imigração não se colocava. Mas, e para o caso, proponho-lhe outro exercício: aplicar à classe dos professores universitários a ausência de entraves e obstáculos burocráticos na admissão de docentes, nomeadamente os provenientes dos ex-países do Leste da Europa, aqueles que fornecem a mão-de-obra barata à construção civil portuguesa. Talvez o senhor hoje já tivesse mudado de opinião. Talvez fosse um professor no desemprego…

 

Post-Scriptum: Um colaborador – como agora se usa dizer – da minha empresa, oriundo da Moldávia – excelente profissional, um destes dias em que o “pessoal” na brincadeira começou a “entrar” com ele; que o teu país é um atraso e outros mimos do género, respondeu com o ar mais natural do Mundo: «Pois é… Mas nos anos 60 nós tínhamos homens na Lua e vocês aqui andavam de burro…»

Fim de semana

por josé simões, em 29.04.07

 

Este fim de semana foi assim.

The B-52's - Planet Caire

(Vinyl 7", edição rara made in USA)

 

Crónica de uma manhã em que acordei por engano

por josé simões, em 29.04.07

Efeitos do feriado do 25 de Abril ter sido a meio da semana; sábado, acordo às sete da manhã, tomo banho, faço – ou desfaço, depende da perspectiva – a barba e saio de casa para ir trabalhar. Só dou pela coisa quando já estou na rua. Tarde demais! Já estou no ponto de não retorno. A cama já é passado e o trabalho é num futuro para o qual ainda faltam dois dias.

Passo pela “loja das revistas” na Av. Todi e compro o Público, o Expresso, a Wallpaper, a Atlântico e mais a Ideas Tatto, revista especializada em tatuagens, tema que me fascina. Um avio e peras!

Abanco numa das esplanadas do Largo da Ribeira Velha, ainda “às moscas” pela hora do dia, do dia de fim-de-semana. Já lá estão os mesmos 7 / 8 “velhotes” de sempre, de todos os sábados, de todos os dias. Ocupam todas as mesas e cadeiras disponíveis, e por ali ficam toda a manhã, com um ou dois cafés em cima da mesa e outros que se lixem…

Desta vez consegui passar-lhes a perna. Tenho uma mesa só para mim!

Um está a ler o Correio da Manhã. Chega outro e diz «passa aí o suplemento...», coisa de um ou dois minutos passados o que tinha pedido o suplemento avança «sabes porque é que gosto deste jornal?..» o outro, levanta os olhos da leitura e fica à espera da resposta… «o papel é bom… mesmo bom!».

 

Outros blogues

por josé simões, em 28.04.07

Princípio precaucionário. Iklimler. É estranho. Mas às vezes o estatuto de um gajo equivale ao de um extintor, ser o único dispositivo ali, naquele lugar, a não necessitar do seu motivo para estar presente. Segismundo.

 

Via Albergue dos Danados:

http://alberguedosdanados.blogspot.com/

 

 

Nota do Der Terrorist: Uma associação, por assim dizer, do caraças! Tanto espaço no Parlamento, quem teve a brilhante ideia de aparafusar o extintor à cadeira de Louça?

Comunistas e Anarquistas

por josé simões, em 27.04.07

 Qual é a diferença entre os militantes da JCP que no desfile do 25 de Abril assobiaram e apuparam o resistente anti-fascista e ex-preso político Edmundo Pedro, e o bando de anarcas anti-globalização que desfilaram no mesmo dia pelo Chiado atacando as montras das lojas com sacos de tinta e grafitando as paredes?

 

O PC, como é por demais sabido, detêm o exclusivo da luta anti-fascista em Portugal. Edmundo Pedro apesar de ter passado pelo Tarrafal, isso é um “pormenor” da sua vida comparado com a suprema heresia de ser do PS. Na balança dos comunistas portugueses pesa mais o prato do PS, que o prato das torturas e sevícias sofridas na pele e no espírito, por quem teve a ousadia de seguir caminhos diferentes.

 Os anarcas anti-globalização gritavam palavras de ordem “contra o fascismo e o capitalismo”, o que, como toda a gente sabe, são a mesmíssima coisa. Aliás, quem desça ou suba o Chiado com alguma frequência, não pôde deixar de identificar pelas imagens da televisão, alguns dos manifestantes, como aqueles que durante o dia exercem actividades circenses no local, a troco de algumas moedas sacadas aos transeuntes. Segundo os próprios, recusam-se a trabalhar para não entrarem no “esquema capitalista”. De repente envolvem-se em confrontos com a polícia, alguns “vão dentro”, e aparecem logo defendidos pela advogada Florinda Batista.

A pergunta que se coloca é: quem se recusa a trabalhar para não entrar no “esquema capitalista”, onde é que vai ao dinheiro para pagar um advogado que se movimente nos meandros da “justiça capitalista”?

Aqui e agora, que ninguém nos ouve, deixo uma pista. Investigue-se os nomes de família, e as profissões dos pais destes "anarcas de trazer por casa" e as descobertas serão fantásticas e surpreendentes!

 

Voltando à pergunta no início do post. Conseguem encontrar as diferenças, ou pelo contrário, é mais fácil identificar o que os une? O total desrespeito pelos outros.

 

Respeitinho é muito bonito!

por josé simões, em 27.04.07

O que é que une o que a seguir se conta?

 

- José Manuel Mestre, jornalista da SIC, entrevista em 1996 o então secretário-geral da UEFA, Gerhard Aigner e pergunta-lhe como era possível Pinto da Costa ser presidente da Liga de Clubes, ao mesmo tempo ser presidente do FC Porto e sentar-se todas as semanas no banco de suplentes da sua equipe, à frente do árbitro, de quem era por inerência (presidência da Liga) patrão.

Quem não teve pelos ajustes foi Pinto da Costa que o processou alegando que o jornalista tinha posto em causa o seu bom nome. O jornalista e a SIC foram condenados pelo Tribunal Judicial do Porto ao pagamento de uma multa, sentença que viria a ser confirmada pelo Tribunal da Relação. O jornalista recorre para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem que lhe dá razão e condena o Estado português ao pagamento de uma indemnização ao jornalista e à estação de televisão, mais custas judiciais.

 

O tribunal considerou ter sido violado o seu artigo 10, segundo o qual «todas as pessoas têm direito à liberdade de expressão», o que compreende «a liberdade de opinião e de receber ou comunicar informações ou ideias, sem a ingerência de autoridades (…)». No acórdão, é recordado que «a liberdade de expressão constitui um dos fundamentos essenciais de toda a sociedade democrática» e sublinha o «papel elevado» da comunicação social, acrescentando que à função de informar junta-se o direito do público de ser informado."

Público de hoje

 

Também no Público de hoje:

- “O presidente do Supremo Tribunal de Justiça apontou ontem a comunicação social como «um poder de facto, não escrutinado, fugindo aos cânones clássicos de controlo». (Sublinhado meu).

 

Ainda no Público de hoje, e na mesma página dos anteriores:

- “Referindo-se ao novo Estatuto do Jornalista, o ministro (Santos Silva) diz que permitirá «sancionar infracções aos deveres profissionais típicas do jornalismo de sarjeta e se limitará a dotar a profissão, através da necessária delegação expressa de poderes pelo Parlamento, do instrumento disciplinar». (Sublinhado meu).

 

Resposta:

- Trinta e três anos após a revolução de Abril a mentalidade Salazarenta continua. O que une o que atrás se escreveu, é o país do “respeitinho é muito bonito!”.

 

Em Setúbal, numa ruela próxima do Convento de Jesus, resiste numa parede, um tanto ou quanto desbotado, aquele que é provavelmente o grafitti mais antigo da cidade, escrito logo no dia 26 de Abril: “A propaganda fascista continua!”. À época interpretei-o literalmente. Agora descubro a sua profundidade.

Importa-se de repetir?!

por josé simões, em 27.04.07

Gaia quer tornar-se numa “pequena Londres do Mediterrâneo”. Título do Público, citando o vice-presidente da autarquia, numa apresentação em Londres do projecto de reabilitação do centro histórico gaiense a investidores.

Desculpem a minha ignorância, mas a geografia não é para aqui chamada?

 

Uma dúvida séria

por josé simões, em 27.04.07

 Paulo Rangel fez no “25 de Abril” o único discurso que precisava de ser feito. O discurso essencial: o discurso sobre o perigo em que hoje manifestamente está a liberdade. Não admira que não tenha vindo do dr. Cavaco. Nem que Sócrates, com a sua insuportável arrogância, o tenha resolvido arrumar como “bota-abaixismo”. Portugal sempre desprezou a liberdade. Nunca a pediu e não a reconhece. E, mesmo ao fim de trinta anos de um regime supostamente democrático, não a percebe bem. Ainda ontem, 26 de Abril, este jornal e o Diário de Notícias traziam em título a notícia de que o Governo publicou um “guia”, para incitar o funcionalismo à denúncia. Nenhum comentou esta aberração. Que o Ministério da Justiça fabrique de repente um exército de 700. 000 espiões não os comove.

Primeiro, o dr. António Costa inventou o cartão “5 em 1”, que permite a qualquer autoridade investigar comodamente a vida de qualquer pessoa. Não houve quem se ralasse com a ameaça e a indignidade da coisa. A seguir, as polícias passaram para a tutela directa de um secretário-geral (sob o eufemismo de “coordenação”) e o secretário-geral ficou sob a tutela directa do primeiro-ministro. Ninguém, ou quase ninguém, abriu a boca. Como ninguém, ou quase ninguém, abriu a boca quando se criou um Conselho Superior de Investigação Criminal, a que Sócrates fatalmente preside e a que pertence o procurador-geral da República. O país político gosta que o povinho ande vigiado.

 

E não gosta de jornalistas. Neste capítulo não faltou colaboração a Sócrates. Tanto o PSD como o PS (e não sei se o CDS) votaram a favor de uma Entidade Reguladora da Comunicação, com um estatuto constitucional ambíguo, destinada a meter a canalha na ordem. Mas parece que a entidade não chegava. O dr. Santos Silva foi mais longe e prepara agora, amoravelmente, uma “Comissão de Carteira” com poderes penais. Já não bastavam as pressões daqui e dali, já não bastava o servilismo oficial ou voluntário e a chantagem implícita ou aberta, era preciso o pau. Paulo Rangel não se enganou: existe um clima de “condicionamento” e “claustrofobia”, um clima de intimidação. E uma pergunta de que o primeiro-ministro e o dr. António Costa não se deviam rir como inexplicavelmente se riram: quer ou não quer este Governo uma democracia “musculada” e o geral conformismo da imprensa e da televisão? A dúvida é séria e merece uma resposta séria.”

 

Vasco Pulido Valente no Público de hoje.

Derbys

por josé simões, em 27.04.07

 Ontem ouvi Jesualdo Ferreira dizer, sem se rir (!), que até parece que este fim-de-semana não vai haver mais nenhum derby além do Benfica – Sporting, numa aparente indignação pelo facto de a comunicação social em geral estar a ignorar o Boavista – Porto do próximo sábado.

Jesualdo Ferreira que não me interprete mal, mas isso é o mesmo que comparar “o cu das calças com a feira de Castro”.

Esta, para matar já à nascença todas e quaisquer segundas interpretações vai assinada: Sócio – com as quotas em dia – nº 4402 do Vitória Futebol Clube de Setúbal.

 

Também ouvi o jogador do Sporting, Caneira, em conferência de imprensa dizer a propósito do derby da capital que só lhe passa pela cabeça ganhar o “derby nacional” (?!). Mas isso são contas de outro rosário.

Carrinho das Compras

por josé simões, em 27.04.07

LIVROS

 

A Vida Conjugal

Sergio Pitol

Assírio & Alvim

 

 

Boulevard

Jim Grimsley

Teorema

 

 

Um, Ninguém e Cem Mil

Luigi Pirandello

Cavalo de Ferro

 

 

O Jazz Segundo Villas-Boas

João Moreira dos Santos

Assírio & Alvim

 

 

DISCOS

 

Twelve

Patti Smith

Columbia / Sony BMG

 

 

The Shapes We Make

Mary Timony Band

Kill Rock Stars / Sabotage

 

 

Englishman

Barrington Levy

Greensleeves / Musicactiva

 

 

For Heaven's Sake

Kevin Hays Trio

Jazz Eyes / Multidisc

 

 

Disorder at the Border

Bennie Walace

Enja / Dargil

 

 

 

 

 

 

 

Defender ideais

por josé simões, em 26.04.07

Não concordo com as ideias – dando de barato que aquilo são ideias – defendidas pelo PNR. O cartaz no Marquês mete-me asco. Mas também não concordo com a atitude de ontem de alguns manifestantes em arremessar tomates ao cartaz. Não foi para isto que os capitães saíram dos quartéis no dia 25 de Abril. O poder foi devolvido ao povo e, viver em democracia, implica viver com ideias e pontos de vista diferentes dos nossos. Mesmo que advoguem a eliminação pura e simples da própria democracia. É por isso que é preciso estar sempre alerta. Como diria a minha avó – politicamente incorrecta – “estar com um olho no burro e outro no cigano”.

 

Já agora, onde estavam ontem os carecas trogloditas que ultimamente montavam guarda ao cartaz? De ressaca pela noite passada em comemorações do 24 de Abril? Ou a sua coragem é directamente proporcional à quantidade de cabelo exibida? Ou seja: zero = cobardia. Quando temos ideais e acreditamos na sua justeza, damos a cara e vamos à luta por elas. C’os diabos! Vivemos em democracia e ninguém vai preso por defender os seus pontos de vista. No verão quente de 75 vi muito boa gente sem cara para apanhar uma estalada, aguentar firme murros e pontapés, por essa mesma razão, defender um cartaz que tinha acabado de colar. É muito mais fácil andar a perseguir pretos isoladamente no Bairro Alto, não é?

 

Post-Sciptum: Ando com esta “atravessada” desde a célebre conferência de imprensa dada pelo PNR em substituição da cancelada reunião de nazis, perdão, de nacionalistas. Perante uma plateia de “jornalistas” – assim mesmo, entre aspas, fui aluno de jornalismo e não foi isto que me ensinaram na escola – completamente amorfa e apática, o senhor que dá a cara pelos fascistas, perdão, pelos nacionalistas disse que o seu partido era aberto a todos os sectores da sociedade, e que não olhava às origens dos militantes. Poderiam aderir republicanos ou monárquicos que isso não interessava. E não houve um “jornalista” – um único! – presente na sala que perguntasse: E Judeus? E Muçulmanos? E Pretos? Também podem aderir ao PNR?

Geração pós-revolução (II)

por josé simões, em 26.04.07

A minha filha – 16 anos – não gosta de assistir / ouvir debates políticos. O argumento que usa para o justificar é aparentemente imbatível. “Usam muitas palavras” – os políticos. Não no sentido de passarem a escrever / falar com k’s e x’s como ela e os amigos fazem no chat ou nos sms’s, mas no sentido de entrarem por portas travessas e becos esconsos até chegarem ao essencial. Muita parra e pouca uva, resumindo.

(Se ela soubesse as esperanças que deposito na sua geração!)

Guernica

por josé simões, em 26.04.07

Dia 26 de Abril de 1937.

Faz hoje 70 anos.

 

Um esquadrão de Heinkels - Legião Condor - da força aérea da Alemanha nazi, bombardeou durante duas horas a povoação de Guernica no País Basco espanhol, em apoio dos nacionalistas de Francisco Franco, e, deixando para trás um rasto de 1 654 mortos e 889 feridos.

 

Não esquecer!

Outros Blogues

por josé simões, em 25.04.07

 

O blog Do Portugal Profundo, cujo autor levantou a lebre que acossa o primeiro ministro de Portugal, aliás, por factos que apenas a ele são directamente imputáveis, queixou-se publicamente de suspeitas de vigilância electrónica.

Nem quero crer que haja no Portugal democrático dos dias que correm, alguém com responsabilidades oficiais que à margem da lei, se dedique a actividades de pesquisa online, para colocar offline quem desalinha de quem lhe paga o salário ou assegura a carreira.
Não quero crer porque a emenda , pior do que o soneto, significaria uma sinfonia desconcertante e de prisão à vista. Seguramente e num escândalo sem proporções. Além do mais, o diabo tapa com uma mão e destapa com as duas, como é sabido...
Não quero crer que haja, no Portugal democrático dos dias que correm, algum funcionário zeloso que no afã de agradar ao chefe que o promove, infrinja a legalidade mais estrita, vigiando quem lhe convém, em nome de quem manda e sem mandado de juiz. Passam hoje 33 anos, sobre a data em que isso teoricamente acabou.
Se isso, porém, acontecer e se vier a saber, vai ser o cabo dos trabalhos para justificar o injustificável. E a presunção de inocência, será um mito, para quem vier a saber.
A credibilidade das instituições de segurança, afere-se pelo respeito da legalidade e a dedicação à causa do Estado que não se confunde com o ministro x do governo y ou o directorzinho geral de valor z.
A vontade legítima do poder querer perceber quem está por detrás de imaginárias cabalas, já levou no passado, a casos lastimáveis de suspeitas de vigilância ilegal dos nossos serviços que se dedicam a garantir a estabilidade do Estado de Direito. Os serviços secretos civis ou militares, não servem para este tipo de vigilância, a não ser que sigam a opinião moralizadora de que isto que se passa é uma tentativa de golpe de estado através da imprensa...


Embora o ridículo, nos tempos que passam, não mate ninguém e pelo contrário, até engorde, espera-se ainda assim que sobreleve às tentanções, para bem de todos e principalmente deles mesmos, o bom senso que deriva da lei. Só isso, chega.

 

Via Grande Loja do Queijo Limiano (só a ilustração é minha)

http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/

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