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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Uma questão...

por josé simões, em 31.03.07

 

Uma questão que me assalta frequentemente:

Porque é que fumamos "que nem uns cavalos"

mas quando tossimos é "que nem uns cães"?

Caminho recompensador

por josé simões, em 31.03.07

Aquele que se tenha erguido acima do cesto das esmolas e não se tenha contentado em viver ociosamente das sobras de opiniões suplicadas, que pôs a funcionar os seus próprios pensamentos para encontrar e seguir a verdade, não deixará de sentir a satisfação do caçador; cada momento da sua busca recompensará os seus dissabores com algum prazer; e terá razões para pensar que o seu tempo não foi mal gasto, mesmo quando não se puder gabar de nenhuma aquisição especial.

John Locke, in 'Ensaio Sobre o Entendimento Humano'

Facturas da EDP

por josé simões, em 30.03.07

 Desde o dia 23 de Março que ando para aqui a matutar com uma dúvida que não me sai da cabeça, e que, por mais que tente, ainda ninguém me conseguiu cabalmente esclarecer. Surgiu nesse dia, após ter lido no caderno Economia (página 8) do Diário de Notícias que:

 

“Preços da electricidade vão subir com as renováveis – Presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos afirmou ontem que o aumento da produção de energias renováveis vai encarecer as tarifas de electricidade no curto prazo.”

 

Ora se as energias renováveis – passe a repetição – são renováveis por estarem mesmo ali à mão, não estando com isso sujeitas às variáveis do mercado; como sejam os aumentos do preço do petróleo ou do gás, independentes de guerras, regimes políticos ou até de amuos de governantes, porque é que os preços da electricidade vão ter inevitavelmente de subir, com o também inevitável aumento de produção decorrente de um cada vez maior recurso a este tipo de energia?

 

A dúvida adensou-se hoje ainda mais, e também por “culpa” do caderno Economia (página 8, ele há coincidências!) do DN, com uma noticia:

 

“”António Mexia pode ganhar até 4, 2 milhões de euros de salário da EDP, no total do seu mandato (três anos), graças às novas regras de remuneração da eléctrica nacional.”

Mais à frente:

“(…)vai receber por ano, um ordenado fixo de 600 mil euros brutos, mais uma remuneração variável anual, que pode chegar a 100% desse salário. A este montante poderá acrescentar uma outra remuneração plurianual, no final de mandato (também 600 mil euros). Ou seja, se a empresa liderada por Mexia cumprir todas as suas metas, ele pode receber o equivalente a sete ordenados brutos.”

 

O sublinhado é meu porque, e apesar dos balúrdios que António Mexia irá receber, aqui é que está o cerne da questão.

Uma empresa que vende a 10 milhões de portugueses um bem essencial e, last but not the lest, é a única posicionada no mercado a fazê-lo, quais são as metas que o seu gestor tem de cumprir para justificar tamanho salário mais prémios?

É o mesmo que ser dono de um oásis no deserto! Dê o mundo as voltas que der, todo lá têm de ir.

 

Esta noticia de hoje, faz-me saltar como uma mola para a do passado dia 23 que, a páginas tantas, citava as palavras de Vítor Santos, presidente da ERSE:

 

“Para já, defende a necessidade de se criarem mecanismos que estimulem a “produção de energias alternativas de forma eficiente.””

 

Apesar de continuar a não perceber qual a razão das renováveis irem inevitavelmente encarecer a minha factura mensal à EDP; no que concerne ao salário principesco de Mexia, começa a fazer-se luz; nomeadamente no que respeita a “cumprir todas as suas metas”.

Carrinho das compras

por josé simões, em 30.03.07

LIVROS

Manifestos e Conferências

José de Almada Negreiros

Assírio & Alvim

 

À Mesa Com Kafka

Mark Crick

Casa das Letras

 

A Herança do Vazio

Kiran Desai

Porto Editora

 

Responsabilidade e Juízo

Hannah Arendt

Dom Quixote

 

A Morte Melacólica do Rapaz Ostra e Outras Estórias

Tim Burton

Antígona

 

DISCOS

La Ballade D' O

Vanessa and The O' s

Rushmore / Última

 

Goning To Where The Tea Trees Are

Peter von Poehl

Tot Outard / Massala

 

Saltbreakears

Laura Veirs

Nonesuch / Warner

 

D-I-T, Do It Yourself

Vários

Souljazz / sabotage

 

The Line Up

BassDrumBone

Clean Feed / Trem Azul

 

DVD

Ludwig - Luís da Baviera

Realização: Luchino Visconti

Costa do Castelo

***

por josé simões, em 29.03.07

“a ex-militante do CDS nunca deixou de dizer o que pensava em momentos cruciais, mas a verdade é que também nunca disse tudo. Por exemplo: reconhece-se na defesa, protagonizada pelo seu marido, de que Salazar ficava bem no lugar de melhor português de sempre? Não sabemos. Nem perguntamos.”

 

José Manuel Fernandes, hoje no Público

 

Graça a deus que não perguntaram! - digo eu. Desde quando é que é vital ou importante a opinião de alguém, sobre as opiniões ou os pontos de vista de um familiar?

 

O que é que passou / passa pela cabeça do director do Público para escrever uma barbaridade deste tamanho?

 

Ele há com cada uma!..

Partidas e Chegadas

por josé simões, em 29.03.07

 

“A Nação não pergunta às pessoas de onde vêm mas para onde querem ir.”

 

Ségolène Royal, candidata socialista às presidenciais francesas.

 

 

 

 

 

Bater bem (d)a bola

por josé simões, em 29.03.07

“Navratilova continua a bater bolas, mas agora cheias de tinta – A tenista arranjou um par artista. Bateu bolas com tinta contra uma tela e expõe em Paris. O resultado parece pontilhismo versão ténis.”

 

Público, hoje.

 

O comentário que me apetece fazer é: Nesta coisa de bater bolas, não sei quem é que bate bem da bola; se a putativa artista, se os jornais, jornalistas ou críticos de arte – não obrigatoriamente por esta ordem – que gastam precioso tempo a divulgar estes “acontecimentos”…

Vou optar antes por: E… Não há limites para o ridículo?!

Aspectos do Poder

por josé simões, em 29.03.07

 Penso que é sempre necessário colocar em algum lugar um poder social superior a todos os outros, mas acredito que a liberdade corre perigo quando esse poder não encontra diante de si nenhum obstáculo que possa conter a sua marcha e dar-lhe tempo de se moderar a si mesmo. A omnipotência parece-me em si uma coisa ruim e perigosa.
(...) Todas as vezes que um poder qualquer for capaz de fazer todo um povo contribuir para um único empreendimento, com pouca ciência e muito tempo conseguirá extrair do concurso de tão grandes esforços algo de imenso, sem que com isso seja necessário concluir que o povo é muito feliz, muito esclarecido ou mesmo muito forte.

Alexis de Tocqueville, in 'A Democracia na América' .

Racismo e xenofobia

por josé simões, em 28.03.07

 Há coisa de umas semanas atrás, surgiu na comunicação social um relatório de uma comissão (ou observatório?) qualquer, onde era apontado o dedo aos portugueses, acusando-os de racismo e xenofobia, e ao Estado português, por nada fazer para a aceitação e integração das comunidades ciganas na sociedade.

 

Vem isto a propósito de, algum tempo já passado desde a apresentação do relatório, a Câmara do Porto ter decidido demolir o Bairro do Bacelo, predominantemente habitado – sem um mínimo de condições – por famílias de etnia cigana, e como contrapartida proceder ao realojamento dos desocupados em pensões, durante um período máximo de seis meses, até ser encontrada uma solução de alojamento definitivo em habitação social.

 

O tempo de alojamento em pensão será pago pela Segurança Social (leia-se dinheiro dos nossos impostos), o realojamento definitivo em novas habitações a cargo do pelouro da Habitação e Acção Social da Câmara do Porto (idem idem, aspas aspas).

 

Não é a solução ideal, mas é melhor do que deixar as pessoas na rua.”

“Deviam ter em conta que se trata de famílias de etnia cigana e que, pela sua cultura, o melhor seria, durante os 60 dias, realojá-las num terreno que, pelos vistos, até estava disponível.”

Vítor Marques, presidente da União Romani Portuguesa (URP).

 

Importa-se de repetir, sr. Vítor Marques?! Como alternativa à barraca, apresenta-se a pensão – e de borla!- e o senhor sugere outra barraca. Quando a habitação social estiver disponível e, como as famílias são de etnia cigana, é preferível continuar na barraca? “é melhor que deixar as pessoas na rua”?! Onde é que elas tem vivido até agora?

 

Ainda sobre esta polémica empolada, o SOS Racismo acusa o presidente da Câmara, Rui Rio, de “políticas racistas e xenófobas ante a solução apresentada”.

 

À consideração dos ilustres que elaboraram o relatório sobre a integração cigana na sociedade portuguesa: Não seria de bom-tom rever novamente as conclusões do relatório? Ou será antes preferível, a maioria da população portuguesa – e para se evitarem de vez as acusações de racismo e xenofobia – integrar-se ela própria nos costumes ciganos, e fazermos deste país um gigantesco parque de barracas, começando e já, por aproveitar o CCL da Caparica?

 

Post-Scriptum: Há uns tempos atrás, um amigo, oficial da Brigada de Trânsito da GNR, confidenciou-me que, existem directivas verbais na BT, para em operações stop, e com o objectivo de evitar “confusões”, não mandar parar veículos conduzidos por ciganos.

Alojamento grátis em pensão, casa oferecida pela Habitação Social, isenção de cumprir o Código da Estrada; afinal sempre existem portugueses de Primeira e Segunda, estão é onde menos se esperava que estivessem…  

A bula de Berlim

por josé simões, em 28.03.07

“A Constituição de há três aos nunca será aprovada por alguns países, e aquela piedosa fórmula de “uma base comum renovada” não deriva de qualquer constatação expressa de uma suposta ingovernabilidade actual da Europa. A Europa é ingovernável por falta de uma Constituição, ou é-o devido aos egoísmos nacionais?”

 

Vasco Graça Moura, para ler hoje no Diário de Notícias.

Agenda

por josé simões, em 28.03.07

EXPOSIÇÕES

 

- Paisagens de José Lourenço

Pavilhão de Portugal – Lisboa, dias 31 de Março e 1 de Abril.

 

- Lisboa-Luanda-Maputo

Cordoaria Nacional – Lisboa, até 24 de Abril

 

- A Geometria Do Tempo de Maria José Oliveira

Antigo Edifício da Bolsa Nova de Lisboa – Lisboa, até 4 de Maio

 

 

DANÇA

 

- Caruma

Pela Companhia Instável com coreografia de Madalena Victorino

Palco do Grande Auditório da Culturgest – Lisboa, de 29 de Março a 1 de Abril às 21. 30 h.

 

 

TEATRO

 

- Dúvida de John Patrick Shanley

Com: Eunice Muñoz, Diogo Infante, Isabel Abreu, Lucília Raimundo

Teatro Maria Matos – Lisboa, até 6 de Maio

 

- Quarto Minguante de Rodrigo Francisco

Encenação: Joaquim Benite; Interpretação: Alberto Quaresma e André Albuquerque

Teatro Municipal de Almada – Almada, até 1 de Abril

 

- A Linha Da Viagem de Madalena Victorino

Pelo Teatro O Bando

Vale dos Barris – Palmela, até 15 de Abril 

 

 

MÚSICA

 

-Lenine

Teatro Tivoli – Lisboa, dia 28 de Março às 22 h.

 

- Sal

Voz: Ana Sofia Varela, Guitarra: José Peixoto, Baixo: Fernando Júdice, Percussão: Vicky

Cinema São Jorge – Lisboa, dia 29 de Março às 22 h.

 

- Rammellzze & Death Comet Crew

Galeria ZDB – Lisboa, dia 29 de Março às 23 h.

 

- Pop Levi

Clinic – Alcobaça, dia 30 de Março às 24 h.

 

- Masters Musicians of Jajouka

C. C. de Belém – Lisboa, dia 31 de Março às 21. 30 h.

 

- Cansei De Ser Sexy

Lux – Lisboa, dias 3 e 4 de Abril às 21. 30 h.

 

 

NOITE

 

- Noite Electrorgânica

Suky

ADN bar – Setúbal, dia 29 de Março a partir da meia-noite e meia.

 

- Superpitcher

Lux – Lisboa, dia 29 de Março a partir da uma.

 

- Diskotronik

Disparo, Pedro Tiago

Praia da Albarquel – Setúbal, dia 30 de Março a partir da meia-noite.

 

- Pedro Tiago

Baco – Setúbal, dia 31 de Março a partir das 23 h.

 

- Mister Simon

Why Not Lounge Caffé – Quinta do Conde, dia 31 de Março às 23 h.

 

- Palmela Beat

Housemaister, Disparo, Moulinex

Casa Mãe Rota dos Vinhos – Palmela, dia 31 de Março a partir da meia-noite.

 

O terceiro lugar de Aristides Sousa Mendes

por josé simões, em 27.03.07

 Começo o post com uma declaração de interesses: Votei em Fernando Pessoa.

 

Em editorial assinado no Público de hoje, José Manuel Fernandes (JMF) aponta os “ Quatro motivos para a eleição de Salazar não ser esquecida”.

 

Procurando justificações para o facto de os dois primeiros lugares do pódium terem sido ocupados por Salazar e Cunhal que “representam o que não se quer que Portugal seja, mas que ainda é em boa parte”, JMF avança que “foi o voto militante que derrotou a dispersão de votos nos outros candidatos, mas que existam ainda tantos militantes em nome deste tipo de figuras é um sinal de atraso do país.”

Plenamente de acordo. Aliás em posts anteriores arrisquei mesmo avançar que o vencedor seria Álvaro Cunhal, eleito pelo lobby que colocou a ceifeira de Baleizão nos 15 primeiros. Falhei; não por muito, mas falhei.

 

(O PC deve estar neste momento a pensar se terá sido boa aposta a defesa de Cunhal nas mãos de Odete Santos. De cada vez que a “camarada” abria a boca, o telefone tocava a favor de Salazar. Mais valia ter apostado em Pacheco Pereira.)

 

Onde JMF falha, a meu ver rotundamente, é na análise ao terceiro lugar de Aristides Sousa Mendes.

 

“Porque é que surge tão bem colocado? Só há uma explicação: foi o voto de refúgio para os que desejam enviar um sinal contra a polarização da corrida entre o ditador e o comunista.”

 

Num país onde em inquéritos de rua à porta de uma Universidade (!!!) e em concursos de televisão, Américo Tomaz é identificado como o primeiro Presidente da República a seguir ao 25 de Abril, e Sá Carneiro como ex-preso político, quem é que sabe quem foi Aristides?

 

Não! Foi também o mesmo voto militante. Custe-lhe o que custar, foi o chamado lobby judaico, em defesa de um “justo” com árvore plantada na Alameda, e tudo.

Não estando em causa os inegáveis princípios e valores humanistas que estiveram por detrás da atitude de Aristides Sousa Mendes (valores que aliás partilho em absoluto), JMF não pode querer aplicar um determinado raciocínio a dois finalistas e ignora-lo para outro. JMF está a cair no “politicamente correcto”; para não ser acusado de anti-semitismo faz uma interpretação enviesada da classificação; essa sim, uma atitude anti-semita.

 

Seria útil ao director do Público dar uma passagem de olhos por um livro de Hannah Arendt intitulado As Origens do Totalitarismo.

Pedido de desculpas

por josé simões, em 27.03.07

 O Primeiro-ministro britânico Tony Blair, pediu ontem publicamente desculpas pelo passado esclavagista do seu país, na linha do que já havia sido feito por outros, nomeadamente João Paulo II, pelas perseguições movidas aos judeus pela Igreja Católica.

 

Entretanto, e em Portugal, continuamos todos à espera de um pedido de desculpas da parte do Governo italiano pela ocupação do nosso rectângulo durante o Império Romano; e de todos os países árabes, directa ou indirectamente envolvidos no domínio que se lhe seguiu. 

 

(Cromo!)

Eles andam aí!

por josé simões, em 26.03.07

Eles andam aí! (I)

 

António Oliveira Salazar ganha concurso Os Grandes Portugueses com 41% dos votos, ontem na televisão pública – RTP1.

 

“Extrema-direita quer conquistar associações de estudantes”

Elementos da Juventude Nacionalista concorrem em lista “apolítica” às eleições, hoje e amanhã, para a associação da Faculdade de Letras de Lisboa. Aquele organismo juvenil do Partido Nacional Renovador (PNR) quer conquistar a associação da Faculdade de Direito de Lisboa e associações de faculdades da Beira Interior e do Porto.”

 

Primeira página do Público, hoje.

 

Eles andam aí! (II)

 

 

O secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa, na inauguração do novo centro de trabalho dos comunistas em Almeirim afirma que a adesão de Portugal à União Europeia foi “extremamente negativa”.

 

Eles andam aí! (III)

 

A facção mais radical do Bloco de Esquerda – Ruptura/ FER – liderada por Gil Garcia e que se reivindica da Liga Internacional dos Trabalhadores/ Quarta Internacional, vai concorrer à Mesa Nacional (o equivalente ao congresso) em lista própria contra a lista de Francisco Louçã.

 

Eles andam aí (IV)

 

Aquela que chegou a ser considerada a mulher mais perigosa da Alemanha, Brigitte Mohnhaupt, membro da Fracção do Exército Vermelho (Baader-Meinhof), foi ontem libertada após 24 anos de prisão, da cadeia da Baviera onde se encontrava a cumprir uma condenação de quatro prisões perpétuas por nove homicídios. Brigitte Mohnhaupt nunca mostrou arrependimento ou apresentou um pedido de desculpas.

O Grande Português

por josé simões, em 26.03.07

41% !

ahahah!.. eheheh!.. ihihih!..

(pausa para respirar)

ahahah!.. eheheh!.. ihihih!..

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