"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O Presidente da Republica, foi desafiado por Coito Pita do PSD Madeira, a dissolver a Assembleia Legislativa da Região Autónoma e convocar eleições antecipadas, caso a nova lei das Finanças Regionais seja promulgada.
Para o vice-presidente do PSD Madeira seria uma forma de “dissipar qualquer dúvida que exista sobre o que pensam os madeirenses e porto-santenses” sobre o que considera uma lei má e péssima.
Pelo que ficou subentendido na entrevista de Cavaco Silva à SIC, quando o Presidente referiu o “ruído excessivo” em torno da Lei, ela vai ser promulgada.
Nem a fiscalização sucessiva da sua constitucionalidade vai ser requerida…
Perante este cenário, alguém que não o Presidente da Republica, devia explicar ao PSD Madeira que Portugal não é um conjunto de Regiões como a nossa vizinha Espanha. Aliás, essa proposta até foi rejeitada em referendo, onde o PSD fez campanha pelo não.
Sabendo-se que a nova Lei também é contestada pela generalidade dos autarcas, o que fazer em seguida? Destituir todas as Câmaras Municipais descontentes e convocar eleições?
Quando era criança, usava-se muito uma expressão que nunca compreendi muito bem o sentido: “Já chegámos à Madeira, ou o quê?!”.
Já aqui deixei escrito anteriormente que para acabar de vez com a chantagem manhosa do separatismo, promovida por Alberto João e seus esbirros de cada vez que se fala em transferências para a Região, se devia esclarecer duma vez por todas esta questão em referendo.
Uma simples pergunta: “Concorda com a Independência da Região Autónoma da Madeira?”.
A este propósito, elucidativa a sondagem publicada na edição de hoje do “Diário de Noticias”, com as respostas dadas quer no Continente quer na Madeira.
E se fosse Alberto João Jardim a demitir-se e a antecipar eleições, em vez de tentar pressionar o Presidente da Republica?
Procurou-se inserir o novo Centro de Artes no coração histórico da cidade. Não ser só mais uma construção, mas uma porta para o passado histórico. De tal forma que ninguém consegue ignorar o edifício, uma vez que se situa na rua principal e é obrigatório a passagem através dos corredores / ruas do edifício para qualquer lado que se vá.
As dimensões / bitola escolhidas foram as da torre do castelo medieval da cidade, assim como a cor. Foi usada pedra da região nas paredes exteriores do complexo, combinando as tonalidades com as da pedra usada na construção do castelo de Sines. Nos interiores mármores brancos alentejanos.
As paredes completamente brancas dos corredores, ajudam a uniformizar as diversas salas do espaço interior.
O design interior desempenha funções de pontes internas de betão para alojar espaços funcionais.
O piso superior ao está ao nível da rua, onde uma extensão de janelas oferece uma vista através de todo o edifício.
Dito de outro modo, e apesar de o poder parecer, não é bem a mesma coisa; não há lugar para improvisos.
Todas as decisões são tomadas com um frio calculismo de jogador de xadrez; anda-se sempre muitas jogadas à frente.
Assim foi com a eleição do Papa polaco – João Paulo II – no contexto da Guerra Fria, que conjuntamente com Lech Wallesa e o Solidariedade teve tanta ou mais importância que Ronald Reagan para o desfecho que todos conhecemos.
Pacificada a Europa a Leste, porque a Rússia apesar de tudo e na óptica do Vaticano é cristã, e com as perspectivas de uma futura adesão da Turquia à Comunidade Europeia, só para os anjinhos (perdoe-se-me a heresia!) o desfecho da sucessão de Karol Woytilla poderia ser outro que não a eleição de Joshep Ratzinger.
Para o Vaticano o mundo é, e continuará a ser por muitos e muitos anos Eurocêntrico. Foi a partir do então coração da Europa que se deu a expansão da Fé, e se fundou e estruturou a Igreja como hoje a conhecemos, malgrado todos os cismas, reformas e contra-reformas. Também foi por mão da Igreja que a Europa, e por extensão, toda a civilização Ocidental, é em grande parte como a hoje a vemos.
(Espaço temporal que mediou a queda do Império Romano do Ocidente e baixa Idade Média com a Igreja como factor aglutinador das populações e dos futuros estados.)
Bento XVI vai encontrar-se com o Patriarca Bartolomeu I, e só quem viver noutro planeta ou não pesque nada de nada, poderá ver aqui alguma similitude com o famoso abraço de João Paulo II ao Patriarca Atenágora dos ortodoxos russos.
Atenágora é o patriarca da religião “oficial” – entre comas, sublinhe-se mais uma vez – do Estado; Bartolomeu I é o patriarca de menos de 1% de crentes, cerca de 20 mil almas em números redondos, num mar de muçulmanos; só em Istambul vivem 13 milhões de pessoas…
Portanto, e voltando ao inicio do texto, esta visita de Bento XVI não é uma visita evangélica nem de marketing religioso; (Ratzinger não é um cruzado difusor da fé, é um ideólogo e guardião da mesma e por consequência da civilização Ocidental) isto apesar de para o comum dos turcos, o Papa ser o símbolo dum mundo que lhes é “estranho”, e a quem eles batem neste momento à porta.
Esta é uma visita de Joshep Ratzinger, aquele que enquanto cardeal se manifestava contra a entrada da Turquia no clube dos cristãos.
Quais as próximas jogadas? Teremos de aguardar para ver, ou lançar mão de terminologia cristã: Só Deus sabe…
Para já Ratzinger começa a marcar pontos, Erdogan voltou atrás, e se bem que só no aeroporto e só por 15 minutos, vai recebê-lo.
Correndo o risco de ser politicamente incorrecto, estou de acordo com o fim da “Festa da Musica”. E nem sequer vou entrar pela questão da subsdio-dependencia tão na agenda politica nacional.
Poder-se-iam pedir a Isabel Pires de Lima explicações do porquê, mas sendo a Ministra da Cultura uma das “bête noire” deste governo, por mais claros e honestos que fossem os argumentos, temo que seriam uma espécie de “Sermão aos Peixes” nos ouvidos dos opinion makers do Condado.
No entanto algumas pistas foram e são deliberadamente ignoradas.
Em entrevista ao “Expresso” de sábado passado, Isabel Pires de Lima, apesar da decisão de acabar com o evento não ser sua e de sublinhar que o Ministério por si presidido não interferir em questões de programação do CCB, deixa cair: “ (…) um orçamento que não deve ser esgotado em dois terços num período de três dias.”
Não está de parabéns António Mega Ferreira, presidente do Conselho de Administração do CCB, pela gestão da entidade. A decisão de acabar com o evento só foi tomada devido ao garrote orçamental, senão continuava tudo na mesma; vivia-se acima das possibilidades, subvertendo a ideia original (à portuguesa) da iniciativa importada de França, que é integralmente financiada por mecenas privados.
È caso para dizer, abençoado garrote. Ou recorrendo a uma expressão popular: “Não há dinheiro, não há palhaço!”.
Dois terços de um orçamento duma entidade como o CCB, é muito orçamento para gastar num abrir e fechar de olhos de 3 dias.
Passa pela cabeça de alguém a quantidade de eventos de elevadíssima qualidade, possíveis de organizar ao longo de um ano, com 1, 2 milhões de euros de orçamento que foi o custo da edição de 2006 da “Festa da Musica”?
Acho que até deve passar… Mas convém ter em conta que as cabeças por onde passa, são as que acham natural que continuemos a gastar o que não temos; o Estado paga. O Estado Providência elevado ao seu mais alto expoente!
Ainda no “Expresso”, a propósito do fim da “Festa da Musica”, Duarte Lima: (…) muito contribuiu para levar a grande música à generalidade do público português “.
Ao menos que tenhamos regressado ao tempo de que Lisboa era Portugal e o resto era paisagem…
“À generalidade do público português” ?! 1, 2 milhões de euros?!
Não me recordo de ter havido “Festa da Música” em Setúbal, Évora, Braga, Guarda, etc., etc., etc.
Também não tenho memória de excursões com famílias inteiras que vieram de Bragança, Viana do Castelo, Beja ou Vila Real de Santo António ao CCB para assistir ao evento…
No entretanto, o mesmo semanário lança uma cruzada “Vamos salvar a Festa da Musica!” (no melhor pano cai a nódoa…) que consiste em ouvir a opinião de proeminentes personalidades da vida portuguesa (!). Obviamente todos contra o fim da Festa.
Mais interessante seria o Sr. Balsemão começar já, por disponibilizar uns euritos para a festa, dos lucros das suas empresas do ramo da comunicação social, e com esse exemplo tentar converter outros à causa.
O HOMEM É UMA MULHER QUE EM VEZ DE TER UMA CONA TEM UMA PIÇA, O QUE EM NADA PREJUDICA O NORMAL ANDAMENTO DAS COISAS E ACRESCENTA UM TIC DELICIOSO Á DIVERSIDADE DA ESPÈCIE. MAS O HOMEM È UMA MULHER QUE NUNCA SE COMPORTOU COMO MULHER, E QUIS DIFERENCIAR-SE, FAZER CHIC, NÃO CONSEGUINDO COM ISSO SENÃO PRODUZIR MONSTRUOSIDADES COMO ESTA FAMOSA “CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL” SOB A QUAL SUFOCAMOS MAS QUE, FELIZMEMTE VAI DESAPARECER EM BREVE.
PELO CONTRÁRIO, A MULHER, QUE É UM HOMEM, SOUBE SEMPRE GUARDAR AS DISTÂNCIAS E NUNCA PRETENDEU SUBSTITUIR-SE À VIDA SISTEMATIZANDO PUERILIDADES, COMO FILOSOFIA, AVIAÇÃO, CIÊNCIA, MÚSICA (SINFÓNICA), GUERRAS, ETC. ALGUNS PEDANTES QUE SE TOMAM POR LIBERTADORES DIZEM-NA “ESCRAVA DO HOMEM” E ELA RI ÀS ESCÂNCARAS, COM A SUA CONA, QUE É UM HOMEM.
DESDE O ÍNICIO DOS TEMPOS, ANTES DA ROBOTSTÓNICA GREGA, OS ÚNICOS HOMENS-HOMENS QUE APARECERAM FORAM OS HOMENS-MEDICINA, OS HOMENS-XAMAS (HOMOSSEXUAIS ARQUIMULHERES).
ESSES E AS AMAZONAS (SUPER-MULHERES-HOMENS). MAS UNS E OUTROS ERAM DEMAIS. E DESDE O ÍNICIO DOS TEMPOS QUE PENÉLOPE ESPERA O REGRESSO DE ULISSES. MAS O REGRESSO DE ULISSES É O HOMEM QUE É UMA MULHER E A MULHER QUE É UMA MULHER QUE É UM HOMEM.
Pena Capital de Mário Cesariny
Assírio & Alvim – Maio de 1982, 233 páginas.
Nota: Escrito num tempo em que não havia Internet, nem preconceito idiota de não se escrever em maiúsculas.
O “alvoroço” instalou-se na classe politica europeia.
A causa: Ségolène Royal, a candidata escolhida pelo Partido Socialista Francês – com 60% de votos – para a chefia de Estado.
Ninguém melhor que António Vitorino, na sua coluna de hoje do “Diário de Notícias”, para se perceber o reboliço.
Diz Vitorino: “ (…) uma candidata socialista caracterizada pelo realismo, por um discurso menos centrado na “grande politica” e mais virado para a gestão das expectativas e dos sentimentos do quotidiano dos franceses.”
Isto tudo? Ou; só isto?!
Encontram-se aqui algumas analogias entre Ségolène Royal e o famoso discurso de Cavaco Silva, quando deixou meia praça ofendida e chocada ao dizer que não era politico profissional.
Daí, como acontece com Ségolène, a empatia recíproca eleitor/ eleito.
Correndo o risco de me tornar repetitivo; já por várias vezes aqui tenho escrito que o cidadão ao votar para cargos políticos, aposta em pessoas que resolvam o complicado e que não compliquem o que é simples. Em suma: Não inventem.
Que surpresa, vista “do lado de cá”, poderá haver em alguém que como refere António Vitorino se caracteriza pelo realismo e usa um discurso que aponta para a resolução dos problemas quotidianos, indo assim de encontro às expectativas e sentimentos da população? Nenhuma!
A surpresa só o é, para a classe politica de que António Vitorino é parte, de corpo e alma. Aquela classe que se passeia entre Lisboa e Bruxelas e nas escalas entre aeroportos ainda arranja um tempinho para uma passagem pelas televisões.
Tenho um amigo que em tom de brincadeira costuma dizer, “entreguem o Ministério das Finanças e a elaboração do Orçamento de Estado à minha mãe e à minha sogra, e em menos de um foguete o País endireita”.
É partindo desta base que se pode compreender o sucesso de Ségolène e a surpresa de Vitorino.
A classe da “grande politica” tarda em perceber que ao comum do cidadão não interessam questões de “filosofia” politica nem jogadas de bastidor. A vida, aqui na terra, passe a redundância, é mais terra-a-terra.
E ninguém, na classe da “grande politica”, pára para pensar.
Já por aqui tinha escrito sobre as relações pouco claras no famoso triangulo “Câmaras Municipais / Construtores Civis / Futebol” a propósito da contestação à nova Lei das Finanças Regionais.
E como que a fazer prova de vida, assiste-se ao regresso do triangulo na máxima força, se bem que sem o vértice futebol; até ver e até prova em contrário.
A Câmara Municipal de Lisboa – apesar dos pedidos do Governo – aprovou um loteamento para uma urbanização que poderá colidir com o traçado do TGV e da nova ponte sobre o rio Tejo, Barreiro / Chelas.
A proposta foi levada a votação pela vereadora do urbanismo e passou com os votos contra de toda a oposição, abstenção de Maria José Nogueira Pinto, favoráveis do PSD e voto de qualidade de Carmona Rodrigues; apesar de a projectada urbanização violar o PDM em vigor, o que por si só já seria motivo suficiente para reprovação.
Em face disto, resta ao Governo tomar as chamadas “medidas preventivas” para impedir a operação urbanística, não inviabilizando de qualquer modo que o promotor do empreendimento venha a reivindicar direitos adquiridos e uma indemnização que poderá ser superior a 60 milhões de euros (!).
Jackpot sem jogar no euro milhões.
O cidadão comum, quando é chamado a eleger uma administração autárquica – ou outra – espera que ela sirva para solucionar problemas e não para os inventar onde não existem; e espera que tome medidas de governação límpidas e transparentes para o bom funcionamento das urbes, onde o beneficiário seja o colectivo e nunca o individual.
O que se assiste, é que a ganhar aqui, já existe um: Lismarvila do Grupo Obriverca.
Lesados: Todos os cidadãos de Lisboa, por uma clara violação do seu PDM, e todos os cidadãos contribuintes do País pelo óbvio encarecimento do TGV ao nível dos custos.
Depois da secretária de Estado dos Transportes, Ana Vitorino, ter pedido na Assembleia da Republica solidariedade institucional ao município de Lisboa para que o loteamento não fosse aprovado, é no mínimo “estranho” a ligeireza com que tudo se encaminhou; sabendo-se de antemão quais as implicações que daí adviriam, quer a nível das medidas a tomar pelo Governo, quer ao nível de verbas e valores em jogo a haverem indemnizações.
Haverá mais algum / alguns beneficiários escondido(s)?
Até quando o suposto benefício de alguns se irá sobrepor ao inquestionável benefício colectivo, é uma questão que urge levantar.
É por esta e outras como esta que Duarte Pacheco deixa saudades.
Alguém ainda se recorda de como lidou com os proprietários dos terrenos que se interpunham no caminho da primeira ponte sobre o Tejo?
Bem sei que se vivia numa ditadura, mas não haverá mecanismo legal em democracia que acabe de vez com este Chico-espertismo autárquico/ construtor?
A investigação a José Veiga, por alegadamente se ter apropriado de uma verba a rondar os 3, 5 milhões de euros referentes ao ingresso de João Pinto no Sporting, começa a ganhar contornos.
. 1 – A direcção do Sporting Clube de Portugal em exercício, aquando do ingresso do jogador no clube, mentiu aos associados e simpatizantes.
Afinal não houve custo zero. Antes pelo contrário.
O jogador saiu bem caro: Luvas ao próprio, mais dinheiro que não se sabe porquê e a quem; e para piorar a situação, o nome do clube na praça publica por motivos não muito dignificantes.
Como João Pinto, também ingressaram no Sporting pelas mãos de Veiga, Sá Pinto – também a custo zero – e o Paulo Bento, actual treinador do clube.
. 2 – Segundo a edição de hoje do “Diário de Noticias”, um administrador da SAD do Sporting escudando-se no anonimato afirma que o clube possui registos de todas as transferências monetárias para a empresa que recebeu os 3, 5 milhões de euros.
Ainda ao “DN”, outras fontes do clube afirmam que não existe nenhuma prova documental das transferências, uma vez que foi tudo acordado verbalmente, o que a ser verdade deita por terra toda a aura de honestidade e transparência que vem sido apregoada desde os tempos de José Roquette.
. 3 – Pela edição de hoje do “Público”, ficámos também a saber que o Sporting afirma ter em seu poder 850 mil euros, referentes à última tranche da verba acordada para a transferência do jogador.
Desde o ano de 2004 que a verba aguarda levantamento. Nem o jogador nem Veiga o fizeram.
Estranho é ter sido necessário a chamada de Veiga ao TIC para se falar no dinheiro esquecido nos cofres de Alvalade…
O que têm as Finanças a dizer sobre isto?
. 4 – Ontem, em entrevista ao Jornal da Tarde da RTP, José Veiga acusa os responsáveis do Sporting de mentir, e diz textualmente “Digam a verdade. Se não o fizerem, terei de ser eu obrigado a dizer determinadas coisas”.
Que “coisas” são essas que Veiga sabe?
E se sabe porque não o disse logo na primeira vez, nos célebres 35 minutos em frente ao juiz no TIC?
E uma vez que o não disse, e agora diz que sabe e que vai dizer, porque razão não é chamado para mais 35 minutos de conversa?
. 5 – Quem se deve estar a rir neste momento é Vale e Azevedo.
Acabou com um “problema” vitalício no Benfica e inconscientemente criou um problema a prazo no outro lado da Circular.
No jogo de cintura que Washington começa a fazer para encontrar maneiras de sair do Iraque sem perder a face, ou seja, rapidamente, sem desonras e deixando o país com um mínimo de governabilidade, foi chamado à função de procura de soluções Jim Baker, cujo objectivo primeiro será não deixar o país em situação idêntica à que ficou o Afeganistão após a retirada Soviética.
Baker fora uma das vozes discordantes da invasão do Iraque. E Baker não está só. O sucessor de Rumsfeld, nomeado após a derrota eleitoral republicana, Robert Gates, também não tinha sido grande entusiasta da aventura.
Parece-me óbvio existir aqui uma inflexão na orientação da política externa de Bush filho.
Escrevo propositadamente Bush filho, porque estas nomeações são uma recuperação / repescagem de algumas figuras do círculo político próximo a Bush pai.
Afinal o homem sempre fala com o pai…Que nestas questões era mais avisado que o filho e muito mais liberto dos talibans evangélicos Norte Americanos.
O irónico – a roçar o humor negro – é que ambos advogam a participação de outras potências regionais para que o Nó Górdio seja desatado. Implica o envolvimento da Síria e do Irão. Nem mais. Posição aliás já publicamente assumida e defendida por o outro aliado de Bush na guerra contra o terrorismo, Tony Blair.
Antevendo o futuro, o louco que governa Teerão – Ahmadinejad – convidou a Síria e o Iraque para uma cimeira onde se discutiram formas de travar a violência sectária no Iraque.
Final absurdo para uma guerra que se queria anti-terrorista, ter de chamar à mesa das negociações a encarnação do eixo do mal – Síria e Irão – que seriam em principio os seus objectivos últimos.
Entretanto a revista “The New Yorker”, publicava ontem pela pena de Seymour Hersh, prémio Pulizer em 1969 com reportagens sobre a guerra do Vietnam que a Casa Branca ignorou um relatório da CIA que afirma não terem sido encontradas provas de um programa iraniano de armas atómicas.
A questão que se coloca é: de qual CIA estamos a falar? Da que ignorou os indícios que permitiram o 11 de Setembro, ou da que manipulou provas que originaram o atoleiro chamado Iraque?